A Estimulação Magnética Transcraniana (EMT) foi descrita pela primeira vez na Inglaterra em 1986, inicialmente para diagnóstico.
No início dos anos 90 percebeu-se que pulsos repetitivos de EMT permitiam tanto aumentar como reduzir a atividade de pequenas regiões no córtex cerebral e ela passou a ser pesquisada em pacientes com depressão, onde é comum haver áreas cerebrais com desequilíbrio no grau de atividade.
Na década de 2000 a 2010 ficou evidente que a EMT era bastante eficaz mesmo em pacientes com depressão que não respondiam a vários medicamentos, além de segura e praticamente isenta de efeitos colaterais.
O único inconveniente é que o tratamento inicial exige ao menos 10 visitas diárias ao médico para sessões que duram de 20 a 30 minutos e nem todos pacientes tem essa disponibilidade. Por isso o método ainda não é oferecido por muitas clínicas no Brasil, onde, desde 2012, é reconhecido e regulado pelo Conselho Federal de Medicina.
O padrão de pulsos repetitivos induzido por EMT imita o gerado durante os processos de condicionamento e habituação normais. Daí a necessidade de uma sequência de sessões para que o efeito seja “aprendido pelo cérebro”.
O estado de humor que caracteriza a depressão é refletido, biologicamente, como um desequilíbrio na relação entre áreas cerebrais que sinalizam emoções à consciência e áreas responsáveis por colocar a emoção em contexto e balancear a interpretação e a reação às emoções. A EMT pode agir condicionando um reequilíbrio dessa relação.
Passada essa fase inicial de condicionamento, o paciente pode voltar a tornar-se responsivo a outras terapias para depressão, como a psicoterapia, a terapia cognitivo comportamental ou mesmo medicamentos em menor dosagem e com menos efeitos adversos. Se o paciente opta por fazer a prevenção de episódios futuros com EMT, tipicamente são necessárias 2 sessões por mês para manter o efeito.
Além da depressão, a EMT também pode ser útil ou está em pesquisa no tratamento de certas formas de dor crônica, no transtorno obsessivo compulsivo, na adição a drogas e tabagismo, na reabilitação motora ou de linguagem e na doença de Parkinson. Em cada uma a eficácia e mecanismos diferem.
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